Num saco de estopa com embira amarrado
Eu tenho guardado a minha paix�o
Uma bota velha, chap�u cor de ouro
Bainha de couro e um velho fac�o
Tenho um par de esporas
Um arreio e um la�o
Um punhal de a�o e um rabo de tatu
Tenho uma guaiaca ainda perfeita
Caprichada e feita s� de couro cru
Do lampi�o quebrado s� resta o pavio
Pra lembrar do frio eu tamb�m guardei
Um pelego branco que perdeu o pelo
Apesar do zelo com que eu cuidei
Tamb�m um cachimbo de canudo longo
Quantos pernilongos com ele espantei
Um estribo esquerdo
Que guardei eu com jeito
Porque o direito na cerca eu quebrei
A nota fiscal j� toda amarela
Da primeira sela que eu mesmo comprei
L� em Soledade na Casa da Cinta
Duzentos e trinta, na hora eu paguei
Tamb�m um recibo j� todo amassado
Primeiro ordenado que eu faturei
� a minha traia num saco amarrado
Num canto encostado, que eu mesmo guardei
Pra mim representa um belo passado
A lida de gado que eu sempre gostei
Assim enfrentando um trabalho duro
E fiz o futuro sem violar a lei
O saco � rel�quia com meus apetrechos
N�o vendo e n�o deixo ningu�m p�r a m�o
Nos trancos da vida aguentei o taco
E o ouro do saco � a recorda��o