Quem n�o me viu no passado n�o sabe das minhas bravuras
Os sonhos realizados, as tristezas e amarguras
Nascido l� na campanha, lidando no corredor
Sentindo o cheiro de patas, de um pingo corcoveador
Aprendi a falar com os bichos, levantando em madrugadas
Fui adulo de patr�o nos dias de invernada
Pra defender meu rebanho, n�o tive hora e momento
Nas campanha � assim, s� vinga quem tem talento
Chove recorda�es, na hora dos meus hervais
Na cancha reta da vida, eu j� n�o corro mais
Marcas gaveonas do tempo me atinam sem compaix�o
Espero um pealo certeiro que me alumbre a imensid�o
Eu fui moldado na lida, lambendo a potrada em mango
Sempre eu levava um pealo, dava um bote calango
Hoje, j� velho e cansado, sem toda a vivacidade
Sou um veterano da lida, n�o me bandeei pra cidade
Quando o patr�o l� do c�u me chamar pra o seu rebanho
Me enterrem sem escarc�u ao lado do velho Zaino
Deixei minha miss�o cumprida ao findar minha jornada
Sou mais um que deixa a vida com saudade da potrada.