Pealo de China

Lembrando o passado, meu peito suspira
Parece mentira o que eu sou e o que eu fui
Por uma chinoca, eu mudei de atitude
Pra que a gente mude, o bom Deus contribui

A paix�o por ela, c� no peito, trago
O dobro de afago ela me retribui
Sei que muita gente ri de quem se prende
Pra rir, certamente � porque n�o compreende
A for�a do amor que uma china possui

Coisas que eu fazia, hoje eu lembro e n�o fa�o
Pois, no mar do amor, qualquer taura se afoga
Sonhando acordado, o futuro eu fa�o
Quando a china bela, em meus bra�os, se joga

Foi ela que, um dia, me atirou o la�o
Me pegou de jeito vejam s� que droga
Depois que esse la�o me cerrou na espalda
Eu, que era um potro perdido na balda
Virei num matungo mansinho de soga

Pendurei meu la�o pra sempre num gancho
Constru� meu rancho perto da restinga
Cedito, com a china, pra matear, levanto
Escutando o canto da jacutinga

Se acertemos bem eu e a prenda bela
E, a pedido dela, eu vou deixar da pinga
Plantemo' a semente da felicidade
Se vier a chuva da sinceridade
Eu tenho certeza que ela brota e vinga

A todos amigos, eu fa�o um convite
Pra que nos visitem l� atr�s do morro
Pra ver de pertinho o meu mundo t�o belo
Num rancho singelo sem soalho e sem forro

Mas, l� no galp�o, fartura se enxerga
Bois certos na verga, cavalo e cachorro
N�o sou nem a sombra do quebra que eu era
Ao lado da prenda bonita e sincera
A estrada da vida, eu tranquilo, percorro