Eu aliado g nesse momento tento escrever
Me pergunto sobre o que n�o posso me responder
O que eu queria? mais poesia na periferia
Noite fria madrugada sombria
Ou�o um grilo que canta
Ou�o um tiro que n�o me espanta
Ao fundo escuto um samba
Que vem l� de perto da pista
Voc� n�o sabe eu t� na 10 da santa rita
Hortol�ndia � o lugar
Que eu aprendi a amar desde crian�a
A maioria me ap�ia
Mas tamb�m tem as jib�ias
Querendo me derrubar
Deixa pra l� � por eles que eu devo rezar
� preciso que haja um pouco de amor em tudo isso
Chega de pensamentos decadentes
Ausentes de conte�do
Contudo quem tem dinheiro n�o mais nem menos homem
Ningu�m vira lobisomem porque comprou um oit�o
Ent�o respeito � coisa que nasce no peito
N�o se compra na esquina
Como um papel de coca�na
A minha ira � com a inveja
Gente que conversa demais e pouco faz
Te cumprimenta na frente
Te apunhala por tr�s
Versos sangrentos violentos
Frutos do pensamento rebelde
Gente que bebe fuma cheira toma back
Alguns se acabam no crack
N�o tem acesso ao debate
N�o participam do or�amento
Crian�as dormem ao relento
A muito tempo eu tento
Entender certas redes de tv
Que iludem minha gente
Destroem e constroem presidentes
Espalham terror medo e fome
Matam nossa esperan�as
Depois fazem campanhas
Onde a "crian�a � esperan�a"
� preciso que aja sonhos
Temperados de ilus�o
Pois sonhos sem ilus�o morrem na solid�o
Solid�o que oprime solid�o que esmaga
Que sufoca quem suporta?
Nos sonhos de crian�a
Tudo � s� felicidade
Mas crian�a um dia cresce
Vira homem faz maldade
� preciso ensinar nossas crian�as
Futuro e esperan�a que morrem e nascem
Todo dia na nossa periferia
Esquecer a tela fria juntar as garrafas vazias
� preciso mais piedade
Compreender a utilidade do tempo
Futilidade do desamor de sabor
E havendo revolu��o que isso seja uma ilha distante
Que de barco n�o se alcance
Quando n�o houver mais paci�ncia dec�ncia
Uma garrafa de angustia mere�a
Pois n�o a vida sem uma resma de tristeza
Ponha num canto vazio se tiver utilidade
Polui�es do passado reflexo da idade
Felicidade se busca
O sistema ofusca nosso brilho natural
Esque�a o mal que o cora��o faz ao corpo desgosto
Palavras que alteram o destino
O sofrimento do nordestino
Com a porta aberta um alerta
� preciso que se conhe�a a origem dos ventos
Reconhecer e revelar talentos
O avesso da vida onde a escurid�o apita
Saltar o abismo do cinismo
Diferenciar o bonito do feio o amor alheio
O esp�rito que est� em nosso meio
Do deus vivo invis�vel incr�vel
Porque existe uma m�e que chora
O seu filho bandido banido perdido
Um brasileiro sem nome que luta contra a fome
Tenta realizar sua revolu��o particular
Sozinho? pedras no caminho
Guiado pela maldade saudade
Cemit�rio grade
Talvez falte uma l�grima a enxugar
Um sorriso para olhar um amor pra amar
Uma flor no quintal do vizinho
Um p�ssaro que constr�i seu ninho
Porque a vida se faz de momentos paz aos detentos
Aos que vivem no esquecimento sofrimento
Aos que tiram da terra o sustento
Que deus olhe por n�s libertem nossa voz
Quem me ouve jamais esquece
Soldado armado de racioc�nio a favor do rap
Como se fosse um planta comigo ningu�m pode
Aliado g mano l viola face da morte
Lutando dia a dia pra que um dia
Exista na periferia
Menos viol�ncia e mais poesia