O Poeta

Ele est� vivo voltou est� sanguin�rio e instintivo
Desola��o total, gritaria pede por socorro
N�o entendeu qual que foi ele est� louco?
Pensou que era fase s� viajem
Tipo assim coisa de moleque procurando arte
O cora��o acelerou pipocou quando viu que era por amor
Que os versos retratavam uma rotina
Bem diferente do padr�o do m�dia
Desculpa se te decepcionei
Lament�vel mas n�o foi dessa vez
Porque eu prefiro as escrituras marginais
Que em orientam contra quem tira a nossa paz
Que me p�e de p� e me d� for�a
Pra ir sim que sabe um dia a gente fale sobre as rosas
Daqui pra l� as can�es s�o dolorosas
Lotadas de rancor e espinhosas

E o poeta recita o q voc� n�o quer ouvir
S�o palavras que n�o fazem voc� sorrir

E ele continua nocivo, ativo
Dia e noite maquinando contra o inimigo
N�o � assim jhow sempre foi assim
Toda m�o pra n�s � sem final feliz
Tipo sem ant�nio conselheiro
Periferia � canudos que a penas
Sobrevivem os furac�es de chumbo
S�o todos monstros, seres diab�licos malditos
Senhores do terror produtores de homic�dios
Quem sente sabe como � deprimente
Tente sutar uma fratura exposta band aid
Cen�rio sujo, feio, pobre e violento
Cad� o g�nio que eu s� tenho um desejo
Sumir d� um, dois daqui, tipo assim
Ir para um lugar belo bem tranquilo feliz
Ent�o me diz quem quer morar perto da boca
Pra ver seu filho se espelhando em que passa o dia todo atoa
Fala pra me diz quem � que gosta
De um lugar que todo dia � hora
Que qualquer hora � hora, quem pode vaza
Porque vida de louco tipo assim nunca teve l�gica

E o poeta recita o q voc� n�o quer ouvir
S�o palavras que n�o fazem voc� sorrir

Ent�o me diz ai jhow, quem que vai ouvir
Quando a boca do inferno abrir?
R�pido desligado logo o r�dio, que isso a�
Tem um carma encostado
S� fala o lado ruim dos fala o lado ruim dos favelados
Os temas � sempre o mesmo criminologia
� rap gangster apologia
S� de pensar que esses tipos um dia
J� foram partes integrantes de nossas fam�lias
Os mesmo que idolatram os personagens
Que por justi�a produziram os levantes
E ontem eram os cavalos selvagens sem donos
Pra hoje ser apenas os pangar�s cansados e trocho
Escuta vermes enquanto tiver f�lego
A poesia marginal vai expelindo pela garganta como fogo
Ent�o corre grita pede por socorro
Avisa que o poeta n�o morreu ele ta vivo
Que enquanto tiver pulsa��o tem manuscrito
Que violento n�o � ele e sim o nosso o cotidiano real�stico
Pavio curto o barril explodiu
Somos n�s regi�o nordeste, Bahia, Brasil

E o poeta recita o q voc� n�o quer ouvir
S�o palavras que n�o fazem voc� sorrir