Eu ainda era crian�a, lembro como fosse agora
Meu tio irm�o de meu pai homem de muitas vit�rias
Naquele tempo gostoso, viver simples era gl�ria
Que a saudade aqui no peito, o tempo n�o leva embora
O meu tio era solteiro, quando tudo era barato
Comprou e p�s uma cela, num burro pelo de rato
O seu nome era Conhaque, me lembro bem desse fato
Quando montava no burro, era igual um av�o a jato
O burro pelo rato cobi�a de muita gente
Entre tantos animais ele era linha de frente
Se feiti�o ou mal olho, ou doen�a der repente
Um dia sem mais nem menos, o animal ficou doente
Levantei de manh� cedo e olhei de poeta fora
Vi o burro agonizando debaixo de um p� de amora
Titio um homem amoroso qualquer cria��o adora
Chorou ao ver o seu burro a morte levar embora
Quando a gente � crian�a � f�cil ficar marcada
Qualquer coisa que acontece na mente fica gravada
At� hoje o meu tio pensa na vida passada
Quando alembra do seu burro as l�grimas cai dobrada