Manifesto (part. Lenine e Emicida)

A gente acorda pra vida e n�o quer sair da cama
A gente abre a ferida na pele de quem nos ama
A gente vive na guerra, a gente luta por paz
A gente pensa que sabe, mas nunca sabe o que faz

A gente nega o que nunca teve for�as pra dizer
A gente mostra pro mundo o que se quer esconder
A gente finge que vive at� o dia de morrer
E espera a hora da morte pra se arrepender de tudo

E todas essas pessoas que passaram por mim
Alguns querendo dinheiro, outros querendo o meu fim
E os meus amores de inf�ncia e os inimigos mortais
Todas as micaretas, todos os funerais

Todos os ditadores e sub-celebridades
Farsantes reais encobertando verdades
Pra proteger um vazio, um castelo de papel
Sempre esquecendo que o mundo
� s� um ponto azul no c�u

Quem � que vai ouvir a minha ora��o?
E quantos v�o morrer at� o final dessa can��o?
E quem vai prosseguir com a minha prociss�o
Sem nunca desistir, nem sucumbir a toda essa press�o?

No escuro, a s�s com a minha voz
Por n�s, quem? Quem? Quem?
Antes, durante e ap�s
Desatando os n�s, hein? Hein? Hein?
Sente no corpo uma pris�o, correntes, vendas na vis�o
Os caras n�o avisam, balas n�o alisam
Minas e manos brisam
E precisam de mais, mais vis�o, ter paz, paz
Note que o holofote e o v�cio nele em si te desfaz, faz
Menos � mais, e o que segue � a lombra
Onde se vacilar os verme leva at� sua sombra
Cada qual com seu caos (caos), o inferno particular
Tempo, individual, e o amor, impopular

Quem � que vai ouvir a minha ora��o (a minha ora��o)?
E quantos v�o morrer at� o final dessa can��o?
E quem vai prosseguir com a minha prociss�o
Sem nunca desistir, nem sucumbir a toda essa press�o?

(S� existe uma maneira de se viver pra sempre, irm�o)
(Que � compartilhando a sabedoria adquirida)
(E exercitando a gratid�o, sempre)
(� o homem entender que ele � parte do todo)
(� sobre isso que o manifesto fala)
(Nem ser menos e nem ser mais, ser parte da natureza, certo?)
(Ao caminhar na contram�o disso)
(A gente caminha pra nossa pr�pria destrui��o)