Faz tanto frio em Portugal
S� casas velhas, infecundo
Doente da sua orat�ria
Mas nem mil dem�os de cal
Tapam o po�o sem fundo
Da nossa d�bil mem�ria
Subo a cal�ada, constrita
T�o cansados os meus ossos
Mais o frio que os flagela
Olho e penso que ele me fita
Emergindo dos destro�os
Debru�ado na janela
Enche-se o largo de novo
O ch�o, os pr�dios, a igreja
Guardam marcas do desnorte
Era outro e o mesmo povo
Pena que ainda c� esteja
A velar a pr�pria morte
� janela, ele est� inteiro
Vir� � rua deserta
Antes, olha-a em suspens�o
No ar ba�o de janeiro
Buscando a centelha certa
De gozo ou revolu��o