Quem � essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
S� queria embalar meu filho
Que mora na escurid�o do mar
Quem � essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
S� queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem � essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
S� queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem � essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele j� n�o pode mais cantar
Quem � essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
S� queria embalar meu filho
Que mora na escurid�o do mar
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e ra�a de Atenas
Quando amadas se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas n�o choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas, cadenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e for�a de Atenas
Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar violentos
Car�cias plenas, obcenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinhos
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos peda�os
Quase sempre voltam pros bra�os
De suas pequenas, Helenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas
Elas n�o tem gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
T�m medo apenas
N�o tem sonhos, s� tem press�gios
O seu homem, mares, naufr�gios
Lindas sirenas, morenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Her�is e amantes de Atenas
As jovem vi�vas marcadas
E as gestantes abandonadas n�o fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
As suas novenas serenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e ra�a de Atenas