H� muito que aqui no meu peito
Murmuram saudades azuis do teu c�u
Respingos de orvalho me acordam
Luando telhados que a chuva cantou
O que � que tens feito, que est�s t�o faceira
Mais jovem que os jovens irm�os que deixei
Mais s�bia que toda a ci�ncia da terra
Mais terra, mais dona, do amor que te dei
Onde anda meu povo, meu rio, meu peixe
Meu Sol, minha rede, meu tambataj�
A sesta, o sossego na tarde descal�a
O sono suado do amor que se d�
E o orvalho invis�vel da flor se espalhando
Cantando cantigas e o vento soprando
Um novo dia vai anunciando, mandando e
Cantando cantigas de l�
Me abra�a apertado que eu venho chegando
Sem Sol e sem Lua, sem rio e sem mar
Coberta de neve
Levada no pranto dos rios que correm
Cantigas no ar
Onde anda meu barco de vela azulada
Que foi depenada sumindo sem d�
Onde anda a saudade da inf�ncia na grama
Dos campos tranquilos do meu Maraj�
Bel�m, minha terra, meu rio, meu ch�o
Meu Sol de janeiro a janeiro, a suar
Me beija, me abra�a que eu
Quero matar a imensa saudade
Que quer me acabar
Sem c�rio de virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a chuva das duas que n�o pode faltar
Murmuro saudades de noite abanando
Teu leque de estrelas
Bel�m do Par�!