Malandro J.B

Eu de chinelo charlote
Meu chap�u copa norte
Meu blus�o de vual
(N�o tinha ainda de tergal)
Cord�o bem fininho
Na medalha um bom santinho
Trabalhado em metal
(Era S�o Jorge maioral)
Crist�o e umbandista
Eu tinha o meu ponto de vista
Meu padrinho era Ogum
(N�o tinha santo mais nenhum)
S� dava eu com a Judite
Aos domingos no Elite
E �s sextas no Mil e Um
(Era tra�ado em vez de rum)

E enquanto a n�ga n�o vinha
Era uma boa cervejinha
Com a rapaziada
(Salta uma loura bem suada)
Depois do basquete
Era bater na bola sete
E caprichar na tacada
(Olha a menina enca�apada)

Mas eu de sambista
Tive que ser jornalista
Pra me valorizar
(Passei no tal vestibular)
E agora veja s� voc�
Trabalho no Caderno B
Critico samba popular
(Seu Tinhor�o vem devagar)

Um dia ent�o fui chamado
Convidado pra jurado
De julgar samba-enredo
(Confesso at� que tive medo)
No meio da quadra
Apareceu um camarada
Com jeit�o de Ipanema
(Era um artista de cinema)
Chegou-se pra mim
Foi dizendo logo assim
Sou diretor de carnaval
(At� a� nada de mal)
Esse � o samba dos cartolas
Vai dar grana pra escola
De direito autoral
(Toca na R�dio Mundial)

Se � coisa que eu n�o adoto
� nego cabalando voto
Na maior cara de pau
E o samba de sobra
Era um tremendo boi com ab�bora
Rimava a�car com sal
Antes de eu virar a mesa
Pra acabar com a safadeza
Foi armado um trelel�
(Era jud� e karat�)
E o tal do branco cabeludo
Me deu tanto do cascudo
Que eu nem sei mais escrever
(T� pensando que eu sou telha?)

Dona Condessa aborrecida
Me expulsou do JB
(Veja voc�)