O corpo a morte leva
A voz some na brisa
A dor sobe pr'as trevas
O nome a obra imortaliza
A morte benze o esp�rito
A brisa traz a m�sica
Que na vida � sempre a luz mais forte
Ilumina a gente al�m da morte
Vem a mim, oh, m�sica
Vem no ar
Ouve de onde est�s a minha s�plica
Que eu bem sei talvez n�o seja a �nica
Vem a mim, oh, m�sica
Vem secar do povo as l�grimas
Que todos j� sofrem demais
E ajuda o mundo a viver em paz
N�o, ningu�m faz samba s� porque prefere
For�a nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da cria��o
N�o, n�o precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspira��o
N�o, ela � uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
Que acende a mente e o cora��o
� faz pensar que existe uma for�a maior que nos guia
Que est� no ar
Bem no meio da noite ou no claro do dia
Chega a nos angustiar
E o poeta se deixa levar por essa magia
E o verso vem vindo e vem vindo uma melodia
E o povo come�a a cantar, l� laia lai�
L� l� la�a lai�
Quando eu canto
� para aliviar meu pranto
E o pranto de quem j�
Tanto sofreu
Quando eu canto
Estou sentindo a luz de um santo
Estou ajoelhando
Aos p�s de Deus
Canto para anunciar o dia
Canto para amenizar a noite
Canto pra denunciar o a�oite
Canto tamb�m contra a tirania
Canto porque numa melodia
Acendo no cora��o do povo
A esperan�a de um mundo novo
E a luta para se viver em paz!
Do poder da cria��o
Sou continua��o
E quero agradecer
Foi ouvida minha s�plica
Mensageiro sou da m�sica
O meu canto � uma miss�o
Tem for�a de ora��o
E eu cumpro o meu dever
H� os que vivem a chorar
Eu vivo pra cantar
E canto pra viver
Quando eu canto, a morte me percorre
E eu solto um canto da garganta
Que a cigarra quando canta morre
E a madeira quando morre, canta!