Numa carta que a minha mulher recebeu
E que leu toda inteira pra mim
O autor da missiva, tombar sem temor
Com rancor acusava-me assim
Eu j� vi teu marido tombar
Debru�ar, num boteco de tanto beber
Numa farra com outra beldade
E uma verdade, eu vou te dizer
Que o que digo n�o � caso novo
Na boca do povo, tornou-se rif�o
De que os dois nunca foram felizes
Que houve deslizes, e juntos n�o s�o
Eu n�o sei se � verdade, acredite
Mas dou meu palpite, e vou te acusar
Por que � que escolheste no mundo
A um vagabundo, que vive a cantar?
Ao findar a leitura da carta, exclamei
Matarei esse novo Mefisto
Mas quem amo que � toda meiguice
Me disse muito mais do que tu, sofreu Cristo
Que me importa que falem de ti
E ali, numa grande explos�o afirmou
Na alegria, ou na dor meu amigo
Eu vivo contigo, e a carta rasgou!