Estava um bot�o de branca rosa
Brincando, airosa, � brisa matinal
De um c�u de anil
Veio um dourado beija-flor, em a beijar sutil
E, sem respeito � castidade
Do bot�o, beijou-o, febril
O alvo rubor, da branca rosa
T�o maculado pelo beija-flor
Se entristeceu
E o pobre do bot�o, ferido
Emurcheceu, dorido
N�o mais se abriu, morreu
E o louco beija-flor
Cheio de m�goa e preso � dor
Infinda que o calor num beijo espalma
Chorando, embandeirou as asas
E foi cair as brasas
Do remorso d'alma
Eu sou o beija-flor
Das serenatas matinais
Beijando loucamente os roseirais
Tu �s a linda imagem da flor
Ainda em bot�o
Perdoa, � meu amor, por Deus perd�o