Mon�logo Da M�sica o �brio

Nasci artista, fui cantor
Ainda pequeno levaram-me
Para uma escola de canto
O meu nome, pouco a pouco
Foi crescendo, crescendo
At� chegar aos p�ncaros da gl�ria

Durante a minha trajet�ria art�stica
Tive muitos amores
Todas elas juravam-me amor eterno, mas
Acabavam fugindo com outros
Deixando-me a saudade e a dor

Uma noite, quando eu cantava a tosca, uma jovem da
Primeira fila atirou-me uma flor
Essa jovem veio a ser mais tarde a minha leg�tima esposa

Um dia, quando eu cantava a for�a do destino
Ela fugiu com outro
Deixando-me uma carta
E na carta um adeus

N�o pude mais cantar
Mais tarde, lembrei-me que ela, contudo
Me havia deixado um pedacinho do seu eu: A minha filha

Uma pequenina boneca de carne
Que eu tinha o dever de educar
Voltei novamente a cantar
Mas s� por amor � minha filha

Eduquei-a, fez-se mo�a
E uma noite, quando eu cantava
Ainda mais uma vez a for�a do destino

Deus levou a minha filha para nunca
Mais voltar. Da� pra c� eu fui caindo, caindo
Passando dos teatros de alta categoria
Para os de mais baixa

At� que acabei por levar uma vaia
Cantando em pleno picadeiro de um circo
Nunca mais fui nada
Nada, n�o!

Hoje, porque bebo a fim de esquecer a minha
Desventura, chamam-me �brio