No quarto ao lado o Sol nascia
Pra depois sumir nos morros
No quarto ao lado s� se via
Linhas tortas dos tijolos
No quarto ao lado bem trancado
Acordava pra depois
Vigiar, perguntar
E dormir de novo
Na mem�ria s� vivia
Tra�os finos do real
E num sonho perigoso mergulhar
E quase n�o voltar
Vem pairando na poeira do raio morno e fraco
No esfor�o de t�o pouco existir
E as cores do poente a refletir
Entregue a tarde s� abria
Pra entrar o novo ar da esta��o
Eis que um dia ela reapareceu
E nunca mais sumiu no breu