Poncho e la�o na garupa
Do pingo quebrei o cacho
Dum zaino negro gordacho
Assim me soltei no pampa
Rec�m apontando a guampa
Pelito grosso de guacho
Fui pelechando na estrada
Do velho torr�o pampeano
J� serrava sobreano
Cruzava de um pago a outro
Quebrando queixo de potro
Sem nunca ter desengano
Fui conhecendo as est�ncias
O dono, a marca, o sinal
Churrasco que j� tem sal
Guaiaca que tem dinheiro
Cavalo que � caborteiro
E o jujo que me faz mal
Conhe�o todo o Rio Grande
Qualquer estrada ou atalho
Quando me seco trabalho
Na velha lida campeira
Corro bem uma carreira
Manejo bem o baralho
Na tava sempre fui taura
Nunca achei parada feia
Quando o parceiro cambeia
Dist�ncia de nove passo
Quando espicho bem o bra�o
Num tiro de volta e meia
Num bolicho de campanha
De volta de uma tropeada
Botei ali uma olada
A maior da minha vida:
Dezoito sorte corrida
Quarenta e cinco clavada
E quanto baile acabei
Solito, sem companheiro
Dava um tapa no candeeiro
Um talho no mais afoito
Cal�ado no trinta e oito
Botava pra fora o gaiteiro
Trancava o p� no portal
Abria a porta da sala
Entre bufido de bala
E a provid�ncia divina
S� manota�os de china
Rasgando a franja do pala
Ningu�m me toca por diante
Nem tampouco cabresteio
Eu me empaco e me boleio
N�o paro nem com sinuelo
E tourito de outro pelo
N�o berra no meu rodeio
N�o quero morrer de doen�a
Nem com a vela na m�o
Eu quero guasquear no ch�o
Com um bala�o bem na testa
E que seja em dia de festa
De carreira ou marca��o
E pe�o, quando eu morrer
N�o me por em cemit�rio
Existe muito mist�rio
Prefiro um lugar deserto
E que o zaino paste perto
Cuidando os restos gaud�rio
E vou levar quando eu for
No caix�o algum trof�u:
Chilena, adaga, chap�u
Meu tirador e o la�o
O pala eu quero no bra�o
Pra gauderiar l� no c�u!