Essa cama imensa consumindo a noite
Esse livro aberto como alegoria
O abajur perdido em sua luz
Essa �gua quieta desejando a sede
O controle girando no ar
A TV remota em sua fantasia
Uma alegria que n�o vai passar
Se voc� vier
Esse teto fr�gil sustentando a lua
Esse livro aberto como uma sa�da
O tapete e seu plano de v�o
O len�ol revolto antecipando o gozo
Essa velha casa de coral
Essa concha muda que o meu sonho habita
A paix�o invicta que n�o vai passar
Se voc� vier
Esse r�dio doido de olhos valvulados
Esse livro aberto como uma sangria
Esse poema novo sem papel
O papel que cabe aos meus sapatos rotos
O meu rosto que o espelho n�o v�
A janela im�vel em seu desatino
Esse meu destino que n�o vai passar
Se voc� vier
Esse quarto agindo � minha revelia
Esse livro aberto como uma indec�ncia
O desejo � um naco de p�o
A ilus�o exposta em tanto desalinho
Uma tecla insiste em bater
No rel�gio o tempo � uma saudade tensa
E essa cama imensa que n�o vai passar
Se voc� vier