Dizem que os caudilhos n�o existem mais
E que se foram embora com nossos av�s
Que vivem poucos como os nossos pais
E j� n�o existe gauchismo em n�s
N�o se peleia como em "23"
N�o se quebra o cacho, posudo do pingo
N�o se v� tropa pelos corredores
E n�o se ostenta pilchas aperos aos domingos
Quem n�o sente o gosto pela pr�pria quer�ncia
E de um topetudo cevado a capricho
Nem dos bochinchos j� n�o sente o cheiro
E n�o sofrer na gaita pra florear cambichos
O que existe irm�o, que um comboio de loqui
Est�o reduzindo nossa estampa caudilha
Do velho monarca que � o Rio Grande
Que foi no passado um her�i Farroupilha
Pobres poetas de magros talentos
Inventam modinhas, pequeno refr�o
Cantores sem pilchas, de orelha furada
Nos palcos, na tela, da televis�o
Urbanos vileiros que vivem de sanga
Est�o pisoteando e matando a raiz
Te acorda ga�cho! Teu pampa � xucro
E s� trouxe honra para o nosso pa�s
(Pois est� na massa desse nosso sangue
a mesma gana a mesma galhardia
de quando a ra�a pariu o Rio Grande
e acendeu o pampa em seu primeiro dia)
Por isso engano desses malacara
Nossa identidade se funde em anseios
Por que o guasca que j� nasceu cepa
N�o apodrece com o tempo feio
Porque o ga�cho nasce e morre guapo
E renasce xucro pra taurear rodeio
Dizem que os caudilhos n�o existem mais
Pois � puro engano desses malacaras.