Prosa de Compadre

Compadre velho, boleia a perna do pingo
Pendure os caco e pra diante v� passando
Enquanto n�s dois se cotovelemos num mate
Teu pingo pasta, se rola e vai descansando
O meu ranchinho � pobrezinho e n�o tem luxo
Mas de comer, gra�as a Deus n�o falta nada
Uma ponta de charque pra um carreteiro ga�cho
E por sobremesa uma guampa de coalhada

Se a carne � cara, e n�o se come todo dia
Ent�o tem a miudeza que n�o se deixa de lado
Um par de rim, tripa grossa bem cozida
Tamb�m se come algum buchito sapecado
Chegada a hora minha china vai pra cozinha
E com per�cia faz a b�ia ligeirinho,
Me mexe uns bagos com farinha de mandioca
E um feij�ozito misturado com toucinho

Se mata um porco, come carne e tira a banha
Convida os vizinhos e proseia de tudo um pouco
Chega um amigo, como meu velho compadre
Ent�o golpeio alguma gaita de oito soco
Se d� uma vasa que a minha china vira as costas
Falando baixo pro o meu compadre eu pergunto
Tem feito algumas das proezas que tu gosta
Diga compadre se tu tens chineado muito

Meio em cochicho, meu compadre me responde
Lembra da filha mais nova da tia Raimunda
Pois criou bunda, botou corpo e t� boazuda
Me disse ontem que de ti t� barriguda
Dou uma risada, as vezes me assusto de repente tch�
De supet�o, minha china chega, eu mudo o assunto
Nem sabe o quanto compadre, hoje estou contente
Fazia tempo que n�s n�o mateava junto