Ritual Madrugadeiro

Eu trago entre as linhas de um verso campeiro
Ritual madrugadeiro que a est�ncia executa
A imagem da pampa silente e sombria
Parindo outro dia de vida e labuta
A coruja mandrulha da ponta da trama
A geada que acama no campo do posto
No p� da macega deu cria tambeira
Lambe a terneira apojando o calostro
O baio amanhece com gelo nas crina
Que a bruxas teatinas andaram transando
No vidro do a�ude uma gar�a se mira
L� embaixo as tra�ras madrugam ca�ando

Com r�stias de estrelas a pampa desperta
Coiceando a coberta pra mais um embate
Enquanto um piazito volteia as encilhas
A indiada caudilha se encharca de mate

Pachola entre os galhos da velha figueira
Vigiando a parceira um Cardeal faz payada
Da guarita do oit�o o fiel Ovelheiro
Da um p� na Tr�s Pelo que vem da ca�ada
Do c�u a boiera em luzente mirada
Alumbra a morada dos desuses rurais
C� embaixo um galito abre o peito na guincha
E um potro relincha chamando os demais
Festejam os cusco ao abrir o galp�o
E um guaxo pid�o sai dos p�s do caseiro
As mansas se achegam mugindo em acordoado
Enquanto a terneirada entesam o berreiro

Com r�stias de estrelas a pampa desperta
Coiceando a coberta pra mais um embate
Enquanto um piazito volteia as encilhas
A indiada caudilha se encharca de mate

(A vida atropela com cara de pega
E o fogo se entrega e o baio pede freio
O mate lavado se faz derradeiro
E os homem campeiro se v�o pros arreio)