Debaixo desse sombreiro mora um missioneiro criado em galp�o
Eu s� canto o que eu conhe�o e ningu�m bota pre�o na minha can��o
Fui criado no rigor do campo e n�o carrego santo como devo��o
Meus garr�o' s�o rachado' de geada, minha alma � bugra embarrada
O mundo � minha est�ncia e Deus � meu patr�o
Uso uma bombacha de dois pano'
Uma faca e um mango, len�o Colorado
A fivela da cinta torcida e o prazer da minha vida
� andar sempre pilchado
Sou humilde e n�o carrego luxo
Mas eu sou ga�cho de alma imponente
Companheiros, n�o me levem a mal
Se meu o verso � grosseiro e bagual
� que eu n�o sei fazer diferente
Me criei derrubando taquara, plantando em coivara
E batendo a mangu�, sou aluno da escola do mundo
Mas n�o sou matungo pra me experimentar
Onde tive mui�' dan�adeira, cerveja e vanera, me agrada chegar
Saio sempre que a farra apetece, fim de tarde, ali, quando escurece
S� n�o tenho hora pra voltar
Enquanto o cora��o missioneiro
Pulsar, meu parceiro, no peito do pe�o
Nem que o modernismo n�o d� espa�o
Pro verso que fa�o, eu n�o frouxo o garr�o
Quem � taura, sua origem, n�o nega
Morre e n�o se entrega, sustentando o la�o
Pe�o a Deus manter viva a mem�ria
Porque um povo que n�o tem hist�ria
Na primeira enchente, se vai �gua abaixo
