Nesse teatro da dor, incorporei um ator
Um figurante sem cor, que usa mascara e vestes escuras
D'um papel fraco e um elenco barato
Por�m, meu figurino s�o retalhos
Remendados pelo alfaiate de um rei
N�o pense que o meu roteiro � simples
Mesmo a pe�a sendo s� mais um clich�
Desses finais f�ceis de descobrir
Quem � o diretor do espet�culo da vida?
E quem ir� fechar as cortinas e apagar as luzes ao sair?
Quimeras e frustra�es em meio a um antro sem sono
O coadjuvante � o mais velho, protagonista anfitri�o do novo
E o primog�nito � o primeiro louco
S� ele tem a chave menor que d� o equil�brio aos anjos
Onde a alma contra o tempo e o amor sob vontade � lei
Esquecidos no cen�rio, envergonhados ao serem
Despidos e expostos
Quem � o diretor do espet�culo da vida?
Quem vai me dizer, quem ir� fechar
As cortinas e apagar as luzes ao sair?
Pois eu nunca me prendo ao decorado e improp�cio, s�o instantes
Me concentro no meu �ntimo, escondo gestos ofegantes
E me apresso e vou
Me disperso
O meu tempo � pouco, n�o se preocupe
Eu sempre volto e cada vez estou mais intenso
Talvez me atrase
Prometo sair no momento correto, mas talvez incerto
Simplesmente me impe�a de ir