O Crep�sculo da Exist�ncia

Fi, se que ta ai fi?
Traz um copo de �gua pro pai
Traz um copo de �gua pro pai, por favor
Se que ta ai?
Caralho mano de novo tiu
Porra vai toma no cu
N�o enche o saco velho do caralho
� fica de boa ai, vai dormir um pouco caralho

Algu�m devolva o meu sorriso, me tira dessa cama
Honra o que me disse um dia, prova que me ama vai
Quero sentir minhas pernas, bater uma bola
Cola em qualquer bote, jogar conversa fora
N�o foi poss�vel, nem fala que me entende
Se nunca se viu por um copo de �gua dependente
Com a mente saud�vel e o corpo vegetando
Dependendo de voc� pra comer e tomar banho
Se n�o � pelas vizinhas e sua compaix�o
J� tava morto nessa porra podre de infec��o
No mesmo colch�o com as fraldas transbordando bosta
Na mesma posi��o, com a pele morta
De que vale ter vida do pesco�o pra cima?
S� pras decep��o me matar dia ap�s dia
Hoje meu sonho � ver o dem�nio me levando
S� pra n�o te ver fi de novo reclamando

Eu n�o tinha esse corpo, esse bra�o t�o fraco
Eu n�o tinha esse rosto esse desgosto amargo
Eu n�o tinha esses olhos cansados
Em que espelho eu deixei meu sorriso?

Aonde est�o aqueles que no colo abriguei?
Pra alimentar nem comi e mais que de mim cuidei
Dediquei a vida em prol do seu sorriso, olha
Sem querer nada em troca
E agora o olfato que tanto privei de qualquer cheiro mau
Fecha a porta pra n�o sentir o odor do corpo com 1 banho mensal
Finge n�o ver o cansa�o que que involunt�rio expressei
Olhos que tantas l�grimas enxuguei
As sobras do almo�o fria do lado da cama
Nem as baratas e as formigas livraram de virar a janta
Senhor me faz dormir pra suportar a dor das pernas
J� que toda vez �me arruma� � sin�nimo de guerra
Tv ligada baixa onde nada se v� passar
Define bem a preocupa��o com meu bem estar
Dispensa as flores do caix�o n�o vai fazer sentido
Ap�s morrer de decep��o tentando esquecer que foi esquecido

Eu n�o tinha esse corpo, esse bra�o t�o fraco
Eu n�o tinha esse rosto esse desgosto amargo
Eu n�o tinha esses olhos cansados
Em que espelho eu deixei meu sorriso?

A tempos ningu�m trazia flor com palavra de amor
E tudo se resume em dor de saudade do que sonhou
E o ato fraternal familiar o abra�o
S� ficou conservado no quadro empoeirado
Mas se pudesse ouvir sabia que perdoou os socos
As m�os com os mesmos tra�os que a minha apertando meu pesco�o
Que sua aus�ncia do�a mais que ingratid�o
Quando n�o dava de prop�sito o rem�dio pro cora��o
Se um dia a vida te crucificar na cama se suicida
A melhor idade � mentira, � gera��o esquecida
N�o importa sua sabedoria � sem utilidade
E s� n�o te internam por falta de oportunidade
Mas se soubesse a dor do abandono meu
Que um dia fui como voc� e amanh� ser� como eu
Pede pra Deus te levar na facada ou baleado
Antes que aquele que c� deu a vida te mata esquecido num quarto

Eu n�o tinha esse corpo, esse bra�o t�o fraco
Eu n�o tinha esse rosto esse desgosto amargo
Eu n�o tinha esses olhos cansados
Em que espelho eu deixei meu sorriso?