No drama da minha complexidade f�sica
Parei e refleti o labirinto vida
Contemplei o homem sem vis�o perante a mim
A supera��o do ser humano � algo lindo sim
Pude ver que a vis�o, n�o � condi��o pra ganhar
Pois tem quem anda, fala, ouve e v� motivos pra errar
Quer saber, irm�o, a vida � linda de noite e de dia
Mas mesmo em braille � cheia de covardia
Sei que voc� daria suas perna pra ent�o me ver
E eu s� queria dar um passo pra ajudar voc�, n�o
N�o t� comparando sofrimento
N�o quero a como��o de ningu�m, t� me entendendo?
Eu s� queria que a melodia, a letra dessa m�sica
Pudesse ser entendida pela pessoa surda
E sei, com libras esse fato pode ser realizado
Mas faltaria harmonia ao mover dos passos
A articula��o das m�os, em forma��o n�o sente o som
Ausente os t�mpanos sem rea��o
De quem n�o ouve, n�o fala, mas enxerga as palavras
Observando atento o corpo que fala
Fala atrav�s das rugas, do cabelo branco
Excepcionalmente de quem promove o planto
APAE Curitiba, eu, Eduardo e Ant�nio
V�timas do mundo ou de finados
Saudade, irm�o, c� me fez ver a vida de outro jeito
Que o respeito aqui supera todos os defeitos
Sentir emo��o no olhar do inocente
Na crian�a excepcional no Brasil, deficiente
Ineficiente as pol�tica voltada pra gente
Cad� as promessa de ajuda, presidente?
Morre esse povo massacrado, humilhado, carente
Aqui s� quem convive realmente sente
Queria te ver poder andar sozinho
Falar com voc�, ouvir tua voz de incentivo
S� quem convive sabe, quem sofre pode sentir
O prazer que estava ausente, a vontade de existir
Queria te ver poder andar sozinho
Falar com voc�, ouvir tua voz de incentivo
S� quem convive sabe, quem sofre pode sentir
O prazer que estava ausente, a vontade de existir
N�o vejo no congresso representa��o da classe
Quem faz pol�tica de acessibilidade
Nunca esteve cativo de uma cadeira de roda
Nunca teve luxa��o nos bra�os, dor nas costa
Somos trinta milh�es espalhado sem recursos
Exclu�dos nas cota, privados do mundo
Lembrados somente em plano de filantropia
Enriquecendo empresa que assim se beneficia
Explora��o vi a como��o corpo atrofiado
Invis�vel social d� ibope, comove o fraco
Voc� me mata e na ignor�ncia tamb�m se mata
Infelizmente informa��o � o que te falta
Falta consci�ncia coletiva na periferia
Falta quem vive na carne meu dia-a-dia
Quem convive em meio ao preconceito
E olhar que machuca � o mesmo
Que na necessidade gera d�vida
Te faz pensar que poderia ser voc� ou seu filho
Sua d� s� torna mais dif�cil meu caminho
Reflita em quanto sua pena me julga
� o mesmo que faz a pergunta "A�, precisa de ajuda?"
Alerta a sociedade s� quem convive sabe
Seu respeito j� favorece minha liberdade
O sindicobi internacional de doen�a
Decreta droga � defici�ncia da sua indiferen�a
Se paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia
Tetraplegia, tetraparegia, triplegia, triparesia, hemiplegia
Hemiparesia ostomia, nanismo, paralisia cerebral
Nomes cient�ficos que burocratiza minha vida infelizmente
Aqui s� quem convive realmente sente
Queria te ver poder andar sozinho
Falar com voc�, ouvir tua voz de incentivo
S� quem convive sabe, quem sofre pode sentir
O prazer que estava ausente, a vontade de existir
Queria te ver poder andar sozinho
Falar com voc�, ouvir tua voz de incentivo
S� quem convive sabe, quem sofre pode sentir
O prazer que estava ausente, a vontade de existir