Chuvas de Ver�o

Quando senti a verdade cruel
Que o grande amor que eu sonhei me enganava
Deixei um grito calar na garganta
Na imensa dor que j� n�o suportava

Quis at� mesmo findar minha vida
Num gesto louco, covarde e banal
Mas minha pobre e querida m�ezinha
Me aconselhando evitou esse mal

Fui criticado por tantos amigos
Que n�o compreenderam meu drama de dor
Queria ver limpa a honra de um homem
Que em vez de matar s� morria de amor

E foi no sil�ncio das noites perdidas
No quarto sombrio que tanto eu chorei
Que vi na verdade que n�o compensava
Matar nem morrer, nem amar como amei

Nem a um simples cachorro eu desejo
A dor t�o cruel que marcou minha vida
Envelheci como as pedras do campo
Por dar meu amor � pessoa fingida

E quando a poeira das dores sofridas
Em c�u transformar em chuvas de ver�o
Talvez me devolvam a felicidade
E um novo amor para meu cora��o