T� de p�, mas ainda n�o sei por quanto tempo
A� � nessa hora que eu lembro da minha m�e dizendo
Com os olhos cheio de l�grimas lembrando das hist�rias
De v�rios dias de fome, de poucos dias de gl�ria
Sem condi�es de dar uma mans�o pra ela
Boto as ideia em pr�tica pra tirar ela da favela
S�o raps e rimas, � o que eu sei fazer
Ent�o pega, divide, enrola e vai vender
N�o! T� atr�s de novos horizontes
Depois da morte do menor nada � como antes
Dinheiro � bom, mulher melhor ainda
Mas prefiro dar um rol� pelo meu bairro em paz, quero poder viver minha vida
Sem arma, sem precisar da p�lvora que faz a m�e chorar
Sem precisar defender, depois nem lembrar
E abra�ar aquele que o fogar vai matar
Os dias passam, eles n�o lembra de que lado est�o
N�o precisa ser do meu, n�o fa�o quest�o
Sei quem at� hoje me ajudou nos meus caminhos
Ent�o resta os que se lambem e se enforquem sozinho
Dez no bolso, uma na agulha e cinco no tambor
F� em Deus, Senhor evite isso, por favor
Proteja meus amigos, minha fam�lia aonde quer que eu v�
Estenda suas m�o pra mim
(Oh Senhor, meu filho
Esse BOPE cuz�o do caralho, meu filho)
A f� n�o � a mesma, pois � f�cil n�o testar, n�?
Tem falador ali na na porta do bar, tem
Olha os caninha querendo te forjar
Preciso de um microfone
A rua ta fechada, tudo liberado
A feira ta montada, clientes pra todo lado
Se quiser comprar tem, se quiser usar tem
V�rios moleque vendendo, troco, pega ali e senha
A firma tem poder, dinheiro n�o � problema
N�o, a solu��o pra n�o obedecer o sistema
O mercado � negro, o ouro � branco
Fardado ganha a dele, as paty desce do tamanco
O produto � sofisticado, variedades
Mercadoria por padr�o de qualidade
Tem importado, com nacionalidade
S� aceitam � vista, n�o importa a quantidade
N�o tem trabalho escravo, mas tem os menor de idade
Que fica naquele pique na periculosidade
A rua gira a maloca, o sonho realidade
Mas vira pesadelo se n�o t� na atividade
A f� n�o � a mesma, pois � f�cil n�o testar, n�?
Tem falador ali na na porta do bar, tem
Olha os caninha querendo te forjar
Preciso de um microfone
O cora��o bate apertado quando lembro do passado
Quando as dores eram apenas os meus joelhos ralados
Brincadeira de crian�a sempre tinha confus�o
Ningu�m queria ser pol�cia, geral queria ser ladr�o
Foram l�grimas, Whisky, baile funk e cadeia
A maioria dos melhor levaram a s�rio a brincadeira
Uns matando, outros morrendo, ajuntar um p� de meia
Chega de apanha dos cana (M�e, eu prefiro a correia)
Quando eu me envolvi no crime, meu pai tentou conversar
Mas l� no fundo ele sabia que n�o ia adiantar
Falou que era exemplo vivo de onde isso ia chegar
Pediu pra eu n�o dar volta e muito menos caguetar
Apesar de um abra�o forte eu me senti sozinho
Falou pra eu me cuidar com quem entrar no meu caminho
Pra eu nunca me afundar em coca�na e vinho
Se eu roubasse ou estuprasse eu n�o era mais seu filho
Eu juro, queria ser diferente
N�o queria ser desgosto da fam�lia inteira crente
Tem coisa na vida que eu me arrependo amargamente
Os professor at� dizia que eu era inteligente
Pelos menor do morro que eu n�o vou cair
Pela minha m�e, pela minha filha dessa vida eu vou sair
Dos ensinamentos do meu pai que at� hoje eu n�o esqueci
Pra quem achou que eu ia ser bandido, hoje eu virei MC
(Qual a da sequ�ncia?
T� ligado que a f� n�o � mesmo pra se testar, n�?
Um monte de falador ali na porta do bar
Monte de caninha querendo te forjar
Melhor mesmo � n�s pegar o microfone)