Quantas Vezes

Olha quantas vezes eu pedi
Uma oportunidade de falar
J� que ningu�m quis me ouvir
Me deu vontade de gritar

� foda, crescer ignorado pelo irm�o mais velho
Aprenderam com os outros pivetes que pagou de bola bete
� vero
Sem roupa de marca, camisa da feira
Imita��o de adida mali
Dan�ava e pegava as mina no baile
Aos 12 eu fui pra rua fazer arte
Aos 15 eu tava cheio de maldade
Aos 17 dentro da legalidade
Subindo todas as marquises da cidade
At� entrar pro tr�fico de droga mais tarde
�, quem n�o tem grana vai pra rua ganhar
Eu fui malandro e n�o quis trabalhar
E quase que eu morri
Comprei um monte de cord�o que eu tive que vender
Fui preso duas vezes, sorte de ainda t� vivo pra contar
V�rias vezes fiz dona selma chorar
V�rias vezes deitei segurando a arma
E quanto p�o e leite que eu tirei da mesa de alguma fam�lia vendendo coca�na
Mas eu nunca obriguei ningu�m a comprar
Fora isso, era rap back longneck na pista de skate
A maioria de voc�s ainda bebia leite e jogava playstati
�, eu viajava no meu caderno
[?] Na cabe�a o clipe dos states
Era aquilo que eu queria
Eu fui espelho pra alguns come�ar
Eu tive espelhos em quem me inspirar
Enquanto as roda de rima batendo de frente com o cara na pra�a
Pra gente poder fazer rima e dan�ar sem sofrer com o racismo, amea�a
�, v�rios moleque que eu vi come�ar
E � v�rios deles que agora est�o l�
Batendo de frente com os cara sem grana, sem roupa de marca e sonhando
E sofrendo o que eu sofri por amar
Eu sofri por amar
Eu sofri por amar

Olha quantas vezes eu pedi
Uma oportunidade de falar
J� que ningu�m quis me ouvir
Me deu vontade de gritar

Eu era um menino nada normal batendo as lata de nescau
Me dando mamonas assassinas soltando pipa no quintal
Falto respeito desde cedo
Vi os efeito do preconceito
Eles riam na escola quando dizia que meus irm�os eram negros
Perguntavam quem foi adotado
Qual de n�is que veio com defeito
Porque nossa pele era diferente
Mas nosso sangue era o mesmo
Te agrade�o meu irm�o j�nior chegou no morro fazendo barulho
Ganhou vinil, funk Brasil vol. 1 DJ marlboro
Jaqueline ralava no shopping, rolava os clipe de hip-hop
Trouxe pra casa um video track, tupac, ice cube, snoop dogg
Pintei o cabelo igual do eminem
Minha m�e disse que n�o pode, porque ali era casa de crente
N�o bastava n�is ser pobre
Deslumbrava com os Nike shox
As moto com cano sport
Os chevette, baile funk, bob rum, estrada da posse
Com 16 eu conheci lord
Come�amo a subir edif�cio
Com 17 a maconha, hip-hop virou um v�cio
Com 18 traficava, vida ficava dif�cil
Porque se eles n�o me odiasse
N�is ia morrer invis�vel
Sabia onde tavam as c�mera
Onde tava os lan�a-m�ssil
Comecei a escrever rap e fala de tudo isso
Minhas rima eram suja porque o mundo tava um lixo
Minhas droga eram pura, vagabundo via bicho
Via v�rias viatura, sabia que era um risco
Fui al�m da loucura sonhando em gravar um disco

Olha quantas vezes eu pedi
Uma oportunidade de falar
J� que ningu�m quis me ouvir
Me deu vontade de gritar