Oxal� Um Dia

Nas v�rias respira�es da vida
Seus tempos e imagens
O ar que sai e entra afunilado
� o que n�o se rege com as m�os
� o que n�o se ret�m na ideia
� o que n�o simula as artes
E os mecanismos previstos

A crise das gentes � dos ares
Que formam terras, que, por sua vez
Aquecem os velhos e novos afetos

A essa placenta que vira vento
� for�a delgada que nos envolve
Nos sonhos e mat�rias
Ancestrais chamaram Oxal�, Lemba, Liss�
M�e, pai, av�, av�
Puls�o de cria��o e palavra
Sil�ncio ante o que n�o se dan�a
Ou ante a festa extrovertida do incompreens�vel

Cada gr�o de um milho que � branco
Rotundo, irregular
� uma mol�cula encarnada na diversidade

Os tambores que cantam esses ares
Tomara
Sejam as rugas desta voz, um dia
Ou as cordas de um cora��o imagin�rio
Que, tamb�m, frequenta dores de mem�ria
Vulto e presen�a

Cantar � lembrar que esses ares transmutam-se em sangue
Correndo nas veias do que acontece

Tigan� Santana