"Aos poucos v�o indo embora
as coisas que eu mais gostava,
quando morreu meu cavalo por certo
Deus descansava"
Era uma tarde de outubro
e um silencio de sol por,
um vento nas madre silvas
ventava nuns fios de dor
no c�u azul do potreiro
a corvada em voos rasos
trazia garras de morte
mas a gente nem fez caso
quando a manha veio cedo
na recorridas pra encilha
faltava um baio sebruno
na forma da minha tropilha
um pe�o de olhos baixos
de freio e mango na m�o,
me disse com dor na alma:
-Morreu seu baio patr�o!
As crinas sobre as macegas
cardavam teias de aranha
e que a manha ainda agora,
tinha posto na campanha
e os olhos do meu cavalo
que a pouco n�o viam nada
j� tinham ganhado o c�u
pelas garras da corvada
"Ficou um silencio largo
talvez faltando um relincho
s� um choro pelo arame
pelo cantar dos pelinchos
olhando o baio estendido
pensei bem quieto comigo
Isto n�o � coisa parceiro que
se fa�a com um amigo !"
Coisa triste de se ver
um amigo desse jeito
ontem mesmo lhe apertei
a cincha no osso do peito
e hoje lhe vejo assim
posto em partida sem vi�o
se Deus bem sabe o que faz
n�o tava sabendo disso
"se vai embora meu baio
o pingo que eu mais gostava
quando morreu meu cavalo
quando morreu meu cavalo
por certo Deus descansava"