Trago sempre na lembran�a
Desde os tempos de crian�a
Muita hist�ria de beleza
Mas esta � triste demais
Pois conta a hist�ria de um pai
Que perdeu duas riquezas
Jo�o Rufino era do gueto
Sujeito simples, homem preto
Tinha um desejo profundo
Casou cedo com Gabriela
Nove meses de espera
E dois meninos v�m ao mundo
Em cada bra�o uma cria
Assim o Jo�o vivia
Era rico em dar amor
Viraram homens seus meninos
N�o sabendo que o destino
Lhe traria tanta dor
Era dia de anivers�rio
Apesar de ser contr�rio
O pai d� a permiss�o
E seus meninos na cidade
Dezoito anos de idade
Tinha comemora��o
O baile segue com alegria
Uma briga se inicia
Um dos irm�os pede o final
N�o teve chance de resposta
� atingido pelas costas
Por um disparo mortal
O outro irm�o sem ver perigo
Sobre o peito do ferido
Outra trag�dia se anuncia
Mais um disparo ent�o � feito
Das mesmas m�os, do mesmo jeito
Se repetiu a covardia
Duas vidas, um s� amor
Numa festa se iniciou
Como foi triste o seu destino
Numa festa de anivers�rio
No mesmo dia, mesmo hor�rio
Jo�o perdeu seus dois meninos
S�o duas vidas que nasceram
E ao lado do pai cresceram
Uma lembran�a que n�o sai
Os dois seguiram a mesma sorte
E at� na hora da morte
Estavam nos bra�os do pai
Jo�o sem rumo e sem trilho
Vendo de uma l�mina o brilho
Sai no encal�o do sic�rio
E bem na ponte da cidade
Ficou de frente pro covarde
E deu um fim no seu calv�rio
O terceiro disparo foi ouvido
Na ponte dois corpos ca�dos
Jo�o acaba de partir
O assassino n�o respirava
A l�mina no peito cravada
Jo�o: Juiz e carrasco de si