O tempo que passei no ventre foi a melhor coisa que me aconteceu
J� na forma��o dos nove meses me relacionava com a voz de Deus
Ouvia, mas eu n�o falava. Sentia, mas n�o enxergava
At� que um dia tive que abrir os olhos da inoc�ncia pra encarar a dor
A dor de tomar v�rios tombos at� conseguir sozinho caminhar
A dor de n�o ter um brinquedo quando os meus pais n�o podiam comprar
E foi assim que conheci a felicidade no papel
Fizeram pra mim um barquinho, um avi�ozinho
J� fui Marinheiro, j� voei o c�u
Fazia bola de sab�o, j� brinquei na chuva linda de ver�o
J� fiz de um carretel de linha ou de uma latinha o meu lindo carr�o
N�o conhecia internet, podia at� brincar na rua
� noite eu contava estrelas, vigiava a Lua
N�o posso me esquecer do ventre que eu fui gerado
Minha vida � de Deus um legado
Meus valores n�o ser�o modificados
O mundo n�o ir� roubar minha felicidade
Eu n�o troco o ber�o da simplicidade
Por esse vazio da atualidade
Pode um homem morar no pal�cio, viver no deserto e n�o se perder
Quando Ele interpreta a vida assim pelo o que � sem depender de ter
E que eu tenha bem mais que lembran�as
Que eu seja o que Deus quiser
Sinto Ele ainda me gerando, ainda me ensinando a ficar de p�
Se eu deixo a vida me levar, perco o equil�brio, logo vou cair
Esse mundo me oferece asas feitas de ilus�es, e quem n�o quer subir?
Ainda bem que conheci a felicidade no papel
Fizeram pra mim um barquinho, um avi�ozinho
J� fui marinheiro, j� voei o c�u