S�o 5 da matina, ele sobe no �nibus
Seu Ant�nio � s� mais um dos nossos her�is an�nimos
E eu me pergunto quantos Ant�nios, que ningu�m v�, que n�o t�o na TV
Mas que s�o do nosso pa�s personagens ic�nicos
Sin�nimos de luta, na labuta
Sem estudo, sem deixar de ser contudo um ser humano id�neo
Sem auxilio, tem 3 filhos, do primeiro matrim�nio
Nosso povo nosso maior patrim�nio
E mesmo com sal�rio prec�rio
Acorda disposto, com o sorriso no rosto e sem faltar no hor�rio
Assim como seu Luiz, carroceiro
Que com pouco dinheiro e ensino prim�rio viu o seu filho se formar universit�rio
E com mais de 60 anos e problema na coluna
Transforma o lixo da cidade na sua fortuna
Como dona Maria moradora de periferia
Que cruza a cidade todo dia pra cuidar do filho alheio
Pensando no pr�pria cria que ficou em casa olhando pra panela vazia
Esperando a m�e que ainda n�o veio
Como tantos filhos sem pais
Que cresceram gra�as a m�es solteiras que nunca ganharam um Nobel da paz
Que n�o te falte for�as pra lutar e motivo pra sorrir
F� pra acreditar e amor pra dividir
Que n�o te falte for�as pra lutar e motivo pra sorrir
F� pra acreditar e amor pra dividir
Quer saber onde t�o nossos her�is?
Eles n�o tem capas, nem ganharam copas, eles est�o no meio de n�s
� o gari que a gente n�o cumprimenta � o cidad�o comum
� o professor que foi como um pai pro moleque que nunca teve um
� o policial que arrisca a vida pra salvar o inocente
E mesmo com o sal�rio de fome rejeita a propina
� o m�dico que salva a vida do paciente
E sem a estrutura pratica um milagre da medicina
� a menina que nasceu na mis�ria
Estudou sozinha a mat�ria e passou em primeiro na disciplina
� o trabalhador brasileiro que n�o segue a sina e mesmo no desespero
Devolve o dinheiro que encontrou na esquina
E ao ver toda essa luta eu pensei na hora, um pensamento que me veio l� do fundo
Essa gente que a gente ignora ta salvando o mundo irm�o, ta salvando o mundo!
Que n�o te falte for�as pra lutar e motivo pra sorrir
F� pra acreditar e amor pra dividir
Eu vou pedir pra Meu Deus que alivie a dor
De cada trabalhador dessa cidade sem cor
Que p�e a f� no labor, com l�grimas e suor
E com o pouco que tem, constr�i um mundo melhor
Toda vez que eu passo em frente deste edif�cio � dif�cil de lembrar
Foi aqui que eu e meu amigo vivemo quando em S�o Paulo viemos mor�
N�s trabalhava de pedreiro e constru�amos casa, mas n�o tinhamos casa pra fic�
Foi quando fizemos nossa casinha aqui, at� o oficial de justi�a mandar derrub�
Nos fiquemo t�o triste que fumo com o dono do terreno convers�
Que disse que se a gente trabalhasse pra ele ent�o ele ia nos ajud�
Constru�mos tijolo por tijolo at� o pr�dio acabar quando por fim cabemo, o dono pagou uma merreca e mandou a gente pastar
Meu amigo Joca tinha feito tantos planos que n�o conseguiu aguentar
Ficou maluco da cachola e resolveu se suicidar
Subiu at� o alto do edif�cio e pulou do �ltimo andar
E � por isso que quando passo por esse edif�cio � dif�cil de alembr�, � dif�cil de alembr�
Eu vou pedir pra Meu Deus que alivie a dor
De cada trabalhador dessa cidade sem cor
Que p�e a f� no labor, com l�grimas e suor
E com o pouco que tem, constr�i um mundo melhor
Eu vou pedir pra Meu Deus que alivie a dor
De cada trabalhador dessa cidade sem cor
Que p�e a f� no labor, com l�grimas e suor
E com o pouco que tem, constr�i um mundo melhor
Que n�o te falte for�a pra lutar
Que n�o te falte for�a pra lutar