Pa�s de Poucos

Eu nunca fui CDF na nota
Mas meu rap declara mais que cpf na nota
Pega o pdf e anota
Trago a carga que sobrecarrega a mente
E se a rima � um frete
Ent�o eu vim pra ser o chefe da frota
Do DF ao RJ
Com uma condi��o a nossa sele��o
Aqui n�o � a cbf que vota
� de mos def e sabota
E resgata a crian�ada com autoestima
E cultura numa postura
Que nem a unicef adota
O rap importa
E quando estado fecha escola
Diz pra mim quem vai abrir a porta
Quem?
E n�o preciso ser bom aluno
Pra saber que a boca da fome mata
Mais que a boca de fumo
Esse � o resumo da vida de consumo
Que nos consome
E a fama de forma infame
Ainda fomenta muita fome
� foda! iphone e tv plasma
Mas a escola ainda � prec�ria
E a sa�de � um hospital fantasma
Ostentando seus trof�us
Aquele que senta no trono
Dos reis desconhece o banco dos r�us
Desfila impunemente o lord dos falsos
A justi�a � como a serpente
S� morde os descal�os
N�o � o mesmo crivo moral no livro penal
O crime � relativo depende
Do indicativo social
Se o moleque rouba: vai pro pres�dio marginal!
Mas a empresa � absolvida
De outro genoc�dio ambiental

Esse � o brasil um pa�s de poucos
Esse � o brasil um pa�s dos bolsos
Cortaram as pernas do povo
Mas o poder � controlado
Pelos bra�os do polvo
Esse � o brasil um pa�s dos porcos
Esse � o brasil um pa�s dos lobos
Pa�s dos tolos
N�o � que n�o existe a lei
Mas � que a lei aqui n�o � pra todos

[Nocivo Shomon]
Fazendo free com o fabio
Acendi outra brazza
Mil planetas pra nasa
Canetas na faixa de gaza
Hip hop minha casa
Extravasa menino
Menos eu pra n�s chegar
Unir judeu, palestino
Rap � nosso hino, pique doutor destino
Neto de dona in�cia sagaz igual severino
Filho da dona selma fluente no portugu�s fino
Que sempre me dizia, 'nando tome atino'
Fui tomar mais ju�zo no bote s� tinha coca
Dispensei pedi fanta serviram pepsi choca
Sociedade ator que morre no rio
A mesma n�o se comove com tanta morte no rio
Mais um copo vazio pra quem tem sede de f�til
Ser foda tem tantos
Querendo dif�cil � se tornar �til
In�til gastar saliva com os donos da verdade
Quem acha que sabe tudo n�o sabe nem da metade
Terra da impunidade vieram de caravela
Tanta coisa mudou, senzala virou favela
Entre beco e viela, fui pedir a m�o dela
Onde morre escobar com mente pra ser mandela
Seu time ganhando cegando mais patriota
Estamos contando corpos
Eles contando as nota
Anedota adota cota da, tv racista
Mil escravos na novela, um pra capa de revista
Quantos na entrevista, fogem da guilhotina
Que ignora curr�culo julgando a melanina
Coca, cafe�na nicotina liberada
E a droga da farm�cia com a venda deliberada
�lcool, vicia cirrose morte na estrada
Ent�o explica por qu� maconha � discriminada
Manipulada a na��o que segue cega igual gado
Apreciando a tela de um da vinci perturbado
Como mudar o quadro, presos � moldura
T� sobrando mc onde falta rima madura
Que muda o menor de fura com cultura e leitura
Pra n�o fugir da escola
E nem da viatura