T� vendo a maldade do branco
T� vendo o chicote que estrala
T� vendo o batuque do banto
E o canto que vem da senzala
Um povo que j� sofreu tanto
E ainda assim n�o se abala
Portanto eu j� te garanto amigo
N�o tem opress�o que lhe cala
A reza e a f� no seu santo
O jeito que a gente fala
De fora at� causa espanto
No entanto seguimos que nem mestre-sala
Eu caio, mas eu me levanto
A arte � a prova de bala
� parte do nosso encanto
N�o tem um pa�s que se iguala, n�o
Nem tudo que � do Brasil � daqui do Brasil, nega
Mas tudo o que � do Brasil n�o se pode o Brasil negar
Nem tudo que � do Brasil � daqui do Brasil, nega
Mas tudo o que � do Brasil n�o se pode o Brasil negar
E o samba que � da Bahia n�o veio de l�, de l�
E antes de ter Portugu�s j� tinha Guarani, aqui
E esse Brasil que a gente hoje chama de lar, de lar
Nem � assim que se chama
Antes era Pindorama Tupi
Nem � assim que se chama
Antes era Pindorama Tupi
Esse batuque que a gente rebola vem l� de Angola de Congo, Cabinda e Cambondo
Preto quilombola bole feito mola se embala na ginga do jongo
N�o tem ginga dura, swinga a cintura, � nosso coringa � mandinga pura
Seu santo � forte que nem pinga pura e cura o que nem a seringa cura
N�o posso negar eu sou brasileiro eu sou o tambor do terreiro
Mas tamb�m sou o grito dor que ecoou pelo cativeiro
Eu n�o posso negar meu roteiro n�o, ser� que um dia a gente vai pagar
Por todo pecado do nosso passado que n�o se pode apagar, jamais!
E desde o cultivo de cana que o preto ainda vai em cana
Mas a m�o tirana e toda desgra�a vai virar fuma�a na ra�a da ra�a africana
N�o se pode negar o passado hostil, mas podemos mudar o presente
Vamo Brasil, quebra o quadril, mas quebra de vez a corrente
Nem tudo que � do Brasil � daqui do Brasil, nega
Mas tudo que � do Brasil n�o se pode o Brasil negar
Nem tudo que � do Brasil � daqui do Brasil, nega
Mas tudo o que � do Brasil n�o se pode o Brasil negar
Nem tudo que � do Brasil � daqui do Brasil, nega
Mas tudo que � do Brasil n�o se pode o Brasil negar
Nem tudo que � do Brasil � daqui do Brasil, nega
Mas tudo o que � do Brasil n�o se pode o Brasil negar
� preciso sabe de onde a gente veio
Pra saber pra onde � que vai, pra saber como � que t�
M�e lusitana e africana meio a meio, mas tamb�m bebi no seio
Da madre Tupinamb�
Filho bastardo sem direito a orfanato
Vi o capit�o do mato matar mulato na marra
Estupefato com tanto assassinato
A favela � s� o retrato de um mal que n�o desgarra
E o candidato no mandato faz contrato
Praticando estelionato numa aud�cia t�o bizarra
Mais uma vez � o povo que paga o pato
Lava m�o e lava jato e o Pa�s vira uma farra
Um triste fato, quem dera fosse boato
Por�m esse � o relato que a realidade narra
E o nossa gente aprende com o desacato
Da um jeito faz um gato e arranja uma gambiarra
Ou eu combato esse mal de imediato
Ou tamb�m como no prato dessa mesma algazarra
Pra ser sensato eu sou brasileiro nato
E n�o vou deixar barato, essa m�o que nos amarra!