Ano Violento

� ineg�vel que todo rol� que eu entro
Desde o m�s de setembro
Carrega um fardo que n�o compreendo
Tudo parece uma introdu��o a um di�logo plat�nico
E se em algum momento eu sa� da caverna
Foi numa festa no in�cio de 2014
Saindo do cinema com uma garota
O meu ar era de melancolia
E o dela de expectativa, talvez
Tive a impress�o que tinha decepcionado
O que � uma forma delicada de dizer
Que n�o tive coragem de beijar seus l�bios
Me sentindo derrotado, tudo que eu conseguia pensar
Era na press�o que meus amigos haviam feito
E iam fazer ainda

Hoje eu tenho 18 anos
Mas tente explicar pra um menino de 16 anos
O quanto ele est� errado
Tive que contar pra eles que eu falhei, eu falhei
E que aquela noite eu ia beber, ia beber
Pra me esquecer do ser humano rid�culo que eu sou
Eu sei!
N�s fomos para um festa e eu sa� correndo
Perdi meu f�lego, eu tinha fumado maconha demais
Minha press�o estourando
Peguei na m�o dos meus amigos e disse
Esse ser� meu meu fim
E ele ser� extremamente tragic�mico

Eles riram de mim e disseram: F�bio, c� t� viajando cara
E viajando eu estava, mas Deus sabe
Que eu n�o estava brincando
Subitamente aquela sensa��o
Se tornou na coisa mais sublime
Que eu j� havia experimentado
Conseguindo sentir tudo
S� que muito ampliado
Me aproveitei disso o m�ximo que pude
Mas dez minutos depois um acidente de tr�nsito
Acontece na rua e eu entro em p�nico
As pr�ximas duas horas
Tenho que escutar um homem gritando
Ao chegar em casa penso
Que belo come�o para um ano

No outro dia nem consegui sair
Disse pros meus amigos
Que eu preferia ler Noam Chomsky