Com Telurismo Nos Tentos

Os meus ideais de p�tria
S�o fogoneios vivos
Labareda, pau-de-fogo
De ancestrais fog�es votivos
Meu sentimento � terrunho
Raiz que se agarra fundo
No ventre grande da terra
Que � geratriz neste mundo

O canto-ch�o que eu trago
Nos ecos que eu espalho
� um canto xucro babado
De seivas e de orvalhos
� voz gutural nativa
� um cantar que carrega
Um sonido estridente
De grilos pelas macegas

Eu sou do Rio Grande amado
O meu g�udio � deste jeito
O sentimento ga�cho
Vem radiante no meu peito
E as origens de antanho
Encontram solo perfeito
No que planto e arrebanho
Com telurismo nos tentos

Nos l�bios, um pentagrama
No peito, cacimba e fonte
Com minha guitarra prenhe
De curvas e horizontes
Pensamento, uma calhandra
Furando brisa e cor
Meu verso � tropilha mansa
Bebendo este primor

Neste rio grande de Deus
De p�tria, de canto e vida
E amor em toda a nuance
Que te faz terra querida
Com jeito de cusco novo
Lambendo a liberdade
Reponto meu dia a dia
Na paz e fraternidade