Nas cicatrizes do ch�o do Helena
Na margem rubra da Ayrton Senna
Ele cortava o mapa rumo a sua sina
Das romarias at� os trope�os
Entre outros causos e endere�os
Todo trajeto o traria ao mesmo lugar
Com sol no alto, sonhos cremados
Por tantos entes vivos, finados
Carga ainda bem maior do que j� transportava
Debaixo d'�gua, entrega nublada
Por nuvens matutando emboscadas
Para imprud�ncia nenhuma as desafiar
Preso num copo de tempestade
Viu na TV sua liberdade
Dentro uma grade sagrada ainda sem sinal
P�s os seus olhos verdes no tempo
Mas, os guardou na vez do bom senso
Ao decidir ir ao monte atr�s do tal sinal
Pegou a via crucis estreita
Pingos, chinelos, po�as � espreita
Perto do topo, uma telha posta de tocaia
Caiu de ponta em um caso s�rio
Cobriu de sangue o rastro de t�dio
N�o faltou l�ngua afiada para sacrificar
Dias atr�s, teve um desejo
Dormir em paz, n�o ter dever
O caso � que n�o v� a luz
H� mais de uma quinzena
Se estamos aqui, hoje, reunidos
Para o dia do seu ju�zo
Creio que nunca houve qu�rum para testemunhar
E antes que sua senten�a fosse aplicada
Uma voz firme surge do nada
Numa frequ�ncia que poucos podem escutar
� o criador ordenando: levanta e trota
A rota � certa, as trilhas tortas
Essa jornada termina quando eu falar
Essa jornada termina quando eu falar