Quando parece n�o haver um jeito novo ou diferente
Um jeito novo ou diferente de n�o ser igual aos chatos
Que voc� conhece
Quando aparece na TV um pol�tico metido num �culos de m�ope
Falando sobre a fome e a mis�ria, discorrendo e descrevendo
Sem dar um solu��o
Quando voc� chora de ang�stia e de dor
Pelo corre solto e sem vergonha
Pelo jogo preparado, pelo xadrez padronizado
Ou quando o seu sonho se desfaz em desesperan�a
Feito o presidi�rio morto sem saber
Morto sem saber na multid�o de uma cela superlotada
Porque voc� n�o escreve
Pra coluna do Tio Jos�
Ele responde tudo
Qualquer pergunta que voc� quiser
Quando os padres-nossos rezados na igreja
N�o lhe atende o p�o pedido, n�o lhe atende o p�o pedido
Para aqueles oito filhos escravados na favela
Quando no pal�cio o banquete de mil talheres
Abund�ncia n�o comida
� comida pelo caminh�o do lixo dentro do negro
Pacote pl�stico de madrugada
Ou quando voc� vence o urubu do vestibular
E rala de boteco em boteco, de boteco em boteco
Pedindo ao portugu�s, ao espanhol um lugar de cozinheiro
Porque voc� n�o escreve
Pra coluna do Tio Jos�
Ele responde tudo
Qualquer pergunta que voc� quiser
