Escuta a voz do sil�ncio
Antes do mugir do boi
Falando junto a morada
Da aus�ncia de quem se foi
Fecha os olhos e compreende
Que nem tudo � calmaria
Um rancho canta em lamentos
Pra curar sua nostalgia
Quando resta solid�o
Escassez de voz humana
Estalos viram gemidos
Sil�ncio, dor que emana
� a voz de um rancho triste
Serenateando um requiem
Pra afugentar acalantos
Da alma que foi de algu�m
A casa do campo
Sente seu vazio
Pois quem foi seu alento
Sem querer partiu
Um rel�gio na parede
Inda marca a hora certa
Mas a porta da varanda
J� nem cisma ser aberta
Chapa fria num fog�o
Em meio o forte do agosto
E um mato grande se firma
Nos arredores do posto
Se prestar bem aten��o
Entre o sil�ncio que habita
H� um murm�rio no campo
Que em suas dores palpita
Numa voz de pouco timbre
� o rancho em seu lamento
Como se tivesse vida
A contar seu sentimento
Quando o sol se vai pro fim
E a noite dorme em mim
Uma estrela quer brilhar
No negror do ar
Se eu pudesse ser assim
Uma estrela nos confins
N�o teria que entender
Por teu partir sofrer